Julgamento de P. Diddy começa com mais de 120 denúncias

Sean Combs, popularmente conhecido como P. Diddy, está sob custódia desde setembro de 2024 no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, em Nova York. Caso seja considerado culpado, ele poderá enfrentar uma pena de prisão perpétua.

Karol Gomes 05/05/2025 às 10:18

Iniciou-se nesta segunda-feira (5/5) o muito esperado julgamento do rapper P. Diddy nos Estados Unidos. Ele é acusado de liderar um esquema de exploração sexual, enfrentando mais de 120 acusações, que incluem crimes graves como assédio, estupro, tráfico sexual, extorsão e coerção. Os primeiros depoimentos estão programados para o dia 12 deste mês.

Diddy mantém a sua inocência. Seu advogado, Marc Agnifilo, criticou a promotoria, chamando as acusações de falhas e as condições de detenção de desumanas.

julgamento de p diddy comeca com mais de 120 denunciasSean Diddy Combs (Reprodução)

Veja as fotos

Sean P. Diddy CombsAP/ESBP/STAR MAX/IPx

Sean P. Diddy CombsAP/Patricia Schlein/STAR MAX/IPx

Sean P. Diddy CombsReprodução/AP

P. Diddy é acusado de agressões sexuais contra mais de 100 pessoasFoto: Stan Honda/AFP

P. Diddy no meio de convidados de uma das festas promovidas no começo dos anos 2000Foto: ZUMAPRESS.com

P. Diddy é acusado por agressão sexual, estupro e exploração sexualFoto: Robyn Bleck/AFP

O rapper tem atualmente 55 anos de idadeFoto: Angela Weiss/AFP

Pessoas peladas e selvagens: famosos contam como eram festas de Diddy

Advogada de suposta vítima de Diddy revela que viu pessoa muito famosa em gravação

Advogado abandona defesa de P. Diddy após impasse nos bastidores do julgamento

Esteja onde estiver, ele tem a mesma determinação. Acredita ser inocente, declarou Agnifilo em frente ao tribunal federal de Manhattan.

O rapper está detido desde setembro de 2024 no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, em Nova York. Se for condenado, ele poderá cumprir prisão perpétua.

Relembre o caso:

Como tudo começou

As investigações contra P. Diddy se intensificaram em novembro de 2023, após a cantora Cassie Ventura, sua ex-namorada, abrir um processo acusando-o de estupro, agressões físicas e tráfico sexual. O relacionamento deles ocorreu entre 2007 e 2018, quando Cassie tinha apenas 19 anos e Diddy, 37.

Cassie, que assinou um contrato com a Bad Boy Records, gravadora fundada por Diddy, descreveu um relacionamento abusivo, alegando que foi forçada a participar de atos sexuais não consentidos.

Após a denúncia de Cassie, diversas outras vítimas começaram a procurar a Justiça, incluindo homens e mulheres. O número de acusações já ultrapassou 120.

De acordo com a promotoria de Nova York, durante décadas, Diddy teria abusado, ameaçado e coagido mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais e ocultar suas ações.

As autoridades afirmam que ele utilizava sua influência na indústria da música para organizar festas e eventos onde promovia abusos, frequentemente envolvendo o uso de drogas como ecstasy, GHB (conhecida como droga do estupro) e cetamina.

O promotor Damian Williams informou que Combs chegou a manter um esquema que forçava mulheres a se envolverem em longas relações sexuais com garotos de programa, sendo que parte desses encontros teria sido filmada, incluindo cenas de agressões físicas.

Outras denúncias

Entre as diversas ações movidas contra o rapper, destaca-se o caso de Liza Gardner, que afirma ter sido estuprada em 1991 por Diddy e o cantor Aaron Hall. Em dezembro, outra vítima anônima relatou ter sido violentada por Combs e Harve Pierre, na época presidente da Bad Boy Records, quando tinha apenas 17 anos, em 2003.

Em fevereiro deste ano, Rodney Jones, um cinegrafista e ex-funcionário do artista, entrou com uma ação de 105 páginas, alegando ter sofrido assédio sexual por Diddy e seus associados.

Buscas e provas

Em março de 2024, o Departamento de Investigações de Segurança Nacional cumpriu mandados de busca na residência do rapper em Los Angeles, enquanto Diddy estava em Nova York. Durante a operação, foram apreendidos vídeos que supostamente mostram abusos sexuais ocorrendo em festas, além de objetos como garrafas de óleo de bebê, que seriam utilizados durante os atos.

Vídeo de agressão a Cassie

Em maio, um vídeo gravado em 2016 por câmeras de segurança de um hotel foi divulgado, mostrando Diddy agredindo Cassie em um corredor. A artista tenta deixar o local, mas é perseguida por Combs, que a puxa pela jaqueta, joga-a no chão e a chuta.

Após a repercussão, o rapper publicou um vídeo no Instagram admitindo suas ações: Assumo total responsabilidade pelas minhas ações naquele vídeo. Fiquei enojado quando fiz isso. Estou enojado agora. O vídeo foi rapidamente deletado e novas denúncias surgiram em seguida, incluindo uma ação da modelo Crystal McKinney, que o acusa de estupro e agressão sexual.

O núcleo do caso

Durante as investigações, os promotores revelaram a existência das chamadas freak-offs, festas privadas organizadas por Diddy, descritas como maratonas sexuais. Segundo a promotora Emily A. Johnson, esses eventos são o núcleo desse caso e seriam inerentemente perigosos.

Essas festas teriam contado com a presença de diversas celebridades, como Jay-Z, Mariah Carey, Justin Bieber, Khloé Kardashian e Ashton Kutcher. Até o momento, não há evidências de envolvimento direto dessas figuras nos crimes, mas, conforme afirmou o advogado Tony Buzbee, qualquer pessoa que tenha contribuído para acobertar os atos pode ser processada.

Primeira condenação

Em setembro de 2024, P. Diddy foi condenado a pagar US$ 100 milhões ao presidiário Derrick Lee Cardello-Smith, que o acusou de tê-lo drogado e estuprado durante uma festa em 1997. O rapper não compareceu à audiência e foi julgado à revelia. Poucos dias depois, foi preso pelas autoridades federais.

Mais de 120 denúncias

Segundo Tony Buzbee, que representa mais de 120 vítimas, uma linha direta para denúncias recebeu 12 mil ligações em apenas 24 horas. Há relatos de abusos cometidos contra homens, mulheres e até menores de idade ao longo de 30 anos.

Da ascensão à queda

Sean John Combs nasceu em 4 de novembro de 1969, no Harlem, em Nova York. Ele começou sua carreira como estagiário na Uptown Records, onde se tornou diretor antes de fundar a Bad Boy Records. Diddy foi fundamental para o sucesso de artistas como The Notorious B.I.G., Mary J. Blige, Usher, TLC e Mariah Carey.

Além da música, Diddy acumulou fortuna com marcas de roupas e bebidas, sendo considerado uma das figuras mais influentes da cultura hip hop.

Documentário

O caso inspirou o documentário Diddy: Como Nasce um Bad Boy, lançado em abril de 2025 e disponível no Globoplay. A produção reúne imagens inéditas e depoimentos de vítimas, funcionários e ex-parceiras do artista, reconstruindo a trajetória do rapper desde a infância até o escândalo que o colocou no centro de uma das maiores investigações da indústria do entretenimento.

Fique por dentro!

Para se manter atualizado sobre tudo no universo dos famosos e do entretenimento, siga @canaldosfamosos no Instagram.

Agora também estamos no WhatsApp! Receba todas as notícias e conteúdos exclusivos em primeira mão.

você pode gostar também