Misci Homenageia Tieta em Desfile de Moda
Na noite de 24 de abril, a Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, foi palco de um desfile marcante da Misci, sob a direção criativa de Airon Martin. A coleção homenageou Tieta do Agreste, uma personagem icônica de Jorge Amado, trazendo uma releitura contemporânea que celebra a mulher nordestina, sua sensualidade e seu poder.
Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejo (Créditos: Leca Novo)A Nova Tieta
No desfile, a sensualidade de Tieta foi ressignificada, transformando-se em conceito e arte. Tecidos fluidos se mesclavam à alfaiataria desconstruída, enquanto uma paleta vibrante de cores — do azul bebê ao vermelho intenso, passando pelo rosa claro e marrom queimado — encantava os espectadores. Renata Corrêa foi a responsável pelo styling, que incorporou estampas do artista carioca Elian Almeida, evocando trajes masculinos do sertão em versões femininas e provocativas.
O marrom, predominante na coleção, se manifestou em vestidos, camisas e conjuntos que brincavam com os códigos de gênero e tradição. A estética do homem nordestino de cidade pequena foi reimaginada com sofisticação e humor, apresentando camisas abertas e coloridas.
Parcerias e Bordados com Alma Brasileira
A coleção também contou com parcerias significativas, incluindo sapatos urbanos de Paula Torres e bordados feitos por artesãs da Casa das Bordadeiras, em Timbaúba dos Batistas (RN), e da Associação Rendeiras de Alcaçuz, com o apoio do Instituto Riachuelo. Isso exemplifica como a moda pode unir manualidade e impacto social.
Primeira Fila Estrelada e Emoção em Cena
Na plateia, personalidades como Erika Hilton, Mariana Ximenes e Mari Gonzalez se emocionaram com a apresentação. O destaque da noite foi a presença de Betty Faria, a eterna Tieta, que recebeu aplausos de pé, simbolizando a importância da personagem na cultura brasileira.
Uma Moda que Conta Histórias
Com este desfile, a Misci reafirma sua relevância no cenário da moda brasileira, combinando tradição, brasilidade, arte e discurso político sem perder a beleza e o desejo. Tieta não apenas retornou à moda; ela reviveu na memória coletiva e na pauta atual, lembrando que a moda brasileira é muito mais do que tendência — é uma história viva.
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