Hugo Motta apresenta proposta de anistia e gera mal-estar político
Enquanto governistas e oposição travam um intenso debate político sobre o Projeto de Lei que confere anistia aos presos durante os eventos de 8 de janeiro, Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados, apresentou na última sexta-feira (11/4) uma proposta ao Presidente Lula com o intuito de alcançar um consenso sobre a questão.
Após a reunião, a Ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman (PT), afirmou que o Executivo não descarta a discussão do tema no Congresso, reconhecendo a necessidade de um debate amplo. No entanto, ela destacou que a anistia não se aplicaria a todos os acusados, especialmente aqueles envolvidos diretamente na articulação do atentado contra as instituições democráticas, como mencionado nas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do PlanaltoMarcelo Camargo/Agência BrasilReações e descontentamento
Gleisi Hoffman expressou sua opinião, afirmando: Falar sobre anistia ou mediação de pena em relação a algumas pessoas do 8 de janeiro eu acho que é defensável do ponto de vista de alguns parlamentares. Contudo, não podemos permitir uma anistia para aqueles que conduziram um golpe no país. Sua declaração gerou reações negativas entre os magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), que mostraram descontentamento com a proposta de que a questão fosse retirada da Corte e discutida como um Projeto de Lei.
A repercussão foi tão intensa que, após a fala da ministra, integrantes do Palácio do Planalto também demonstraram desconforto. Gleisi, então, voltou atrás e descreveu sua declaração como mal colocada, esclarecendo que cabe ao Congresso mediar a comunicação com o Judiciário sobre as questões referentes ao 8 de janeiro. Conversar, sim, cabe ao Congresso. Mas revisar pena é uma prerrogativa do Judiciário, corrigiu.
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